terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Advento: O mundo inteiro espera a resposta de Maria




Ouviste ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado aos teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! Se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (cf. Lc 1,38).

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Amor do Jovem à Igreja



É dever de todo jovem católico amar a Igreja profundamente. Ela é o meio que Deus Pai escolheu para salvar- nos, depois que o pecado entrou em nossa História. É o corpo Místico do seu Filho, no qual Ele nos reúne como uma só família de Deus. O Concílio Vaticano II nos ensina que: “A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima reunião com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (LG,1). “Ela é o instrumento da Redenção de todos os homens” (LG,9), “sacramento universal da salvação”, pelo qual Cristo “manifesta e atualiza o amor de Deus pelos homens”. “Ela é o projeto visível do amor de Deus pela humanidade”, disse o Papa Paulo VI.



Para mostrar - nos toda a sua importância, o Catecismo da Igreja diz que ela é: a reação de Deus ao caos provocado pelo pecado (CIC,761). É o instrumento de Deus para destruir todo pecado e todo o mal e trazer toda a humanidade para Deus. A Igreja é a nossa Mãe; é através dela que renascemos para Deus, através do Batismo; por isso, deve ser conhecida, amada, respeitada, obedecida e defendida.



Só ela perdoa os nossos pecados. É ela, e, somente ela, que nos dá o Corpo e o Sangue do Senhor na Sagrada Eucaristia, para remédio e sustento de nossas forças. É ela que nos dá a efusão do Espírito Santo pela Crisma. É ela que transforma em sacramento e benção a nossa união conjugal; é ela, e somente ela, que nos dá os sacerdotes; é ela que, enfim, nos unge no leito da dor e da morte. É ela que nos levará ao céu; e é por ela que viveremos a eternidade em Deus. Ela é a Noiva do Cordeiro. Quem a rejeita, conscientemente, rejeita a própria salvação e o próprio Deus que a instituiu, diz o Catecismo: “Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela, ou então perseverar (CIC n.846).



Declarou certa vez o Papa Paulo VI: “Quem não ama a Igreja, não ama Jesus Cristo”. E amá-la implica em conhecê-la, respeitá-la, obedecê-la, servi-la, e dar a vida por ela.



Santa Joana D’Arc disse a seus juízes: “Quanto a Jesus e à Igreja, parece-me que são uma só coisa, e que não há questionamento sobre isso”.



Todos os santos e santas amaram a Igreja com um amor imenso, dedicando a ela toda a sua vida. Santa Tereza de Ávila, no seu Caminho de Perfeição, diz: “Procurai a limpeza de consciência e humildade, desprezo de todas as coisas do mundo e fé inabalável no que ensina a santa Madre Igreja” ( Ed. Paulinas, 2. ed., pag 129,1979, SP ).



A Igreja é a Esposa de Cristo, e por ela, Ele derramou o seu Sangue (Ef 5,26).



Os Santos Padres gostavam de compará-la à Arca de Noé, a única que salva do dilúvio (1Pe 3,20´21). Nela vive o Senhor. Ela é a nossa garantia de paz, verdade e salvação. Infelizmente essa boa Mãe é tantas vezes mau amada por muitos dos seus filhos. Muitos não a conhecem, e por isso não a amam. A desprezam, a criticam, a ofendem, sem perceber que estão ofendendo e magoando “o próprio Jesus”. A Igreja é divina e humana, por isso é santa, embora formada por pecadores; mas invencível e infalível quando ensina a fé e a moral, pois tem a assistência do próprio Senhor que nela vive continuamente.



“Eis que estarei convosco todos os dias...“ Não nos desesperemos e nem desanimemos com os erros e com os pecados dos seus membros; por mais que eles sejam abundantes não conseguirão afundar a barca de Pedro, que recebeu do Senhor a garantia de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. A parte humana, que somos nós, sempre será falha, mas a sua alma, o Espírito Santo, jamais permitirá que ela erre o seu caminho. Jesus lhe prometeu, antes de sofrer a Paixão: Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não a podeis suportar agora. Mas quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos á toda a verdade...´(Jo16,12). Pode haver garantia maior do que essa? Se o Espírito Santo foi prometido, e dado, por Jesus para guiar a Sua Igreja, como, então, ela poderia errar o caminho da Salvação? Antes de pensar que a Igreja poderia ter errado o caminho da fé, seria preciso aceitar que as promessas que Ele fez à Igreja não se cumpriram, ou que Ele mentiu para os seus apóstolos na última Ceia. Mas isto jamais! Jesus não pode errar porque é Deus. Desde Pedro a Igreja já teve 265 Papas, enfrentou até aqui 2000 anos de perseguições, heresias e outros tantos perigos que somente uma instituição divina poderia resistir. Esta é a maior prova. Se nem os pecados dos seus filhos: leigos, padres, bispos e papas, a destruíram, é porque, de fato, ela é divina.



Um exemplo maravilhoso de amor à Igreja, dado em nossos tempos, foi o de Monsenhor Ignatius Ong Pin´Mei, Bispo de Shangai, no dia seguinte de sua libertação, depois de passar trinta longos anos nos cárceres da China comunista, por amor a Cristo e à Igreja Católica. Assim se expressou:



“Eu fiquei fiel à Igreja Católica Romana. Trinta anos de prisão não me mudaram. Eu guardei a fé. Eu estou pronto amanhã a voltar novamente à prisão para defender minha fé” (PR). Que estas palavras sirvam de estímulo para aqueles católicos de pouca convicção, que por qualquer erro dos homens da Igreja, já querem abandoná-la ou desprezá-la.



Que sirvam também àqueles que, conhecendo o ensinamento da Igreja sobre os assuntos da fé e da moral, no entanto, preferem seguir a própria consciência, ao invés de seguir aquilo que ensina a Igreja, com a assistência do Espírito Santo. Ele mesmo é a Memória viva da Igreja.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Um verdadeiro cristão deve ser cheio do Espírito Santo



Assim relata o Evangelho de João: “No dia seguinte, vendo Jesus vir a ele, disse: 'Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: 'Após mim vem um homem que me precedeu, porque antes de mim ele era'. Eu mesmo não o conhecia, mas foi em vista da sua manifestação a Israel que eu vim batizar na água'. E João deu o seu testemunho, dizendo: 'Eu vi o Espírito, como uma pomba, descer do céu e permanecer sobre ele. Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar na água foi quem me disse: 'Aquele sobre o qual vires o Espírito descer e permanecer sobre ele, é ele que batiza no Espírito Santo'. E eu vi e atesto que ele é o Filho de Deus'” (Jo 1,29-34).

Essa é a linda realidade: Jesus, o Filho de Deus feito homem, é cheio do Espírito Santo. São os mistérios de Deus. É possível que não compreendamos por que é necessário ser cheio do Espírito Santo. A resposta é: essa é única maneira de trilhar os caminhos de Deus, de realizar a vontade do Pai e dirigir-se para a vida eterna. O Pai quis que Seu Filho Jesus, feito homem, recebesse o derramamento do Espírito, ficasse cheio do mesmo Espírito Santo e se manifestasse assim ao mundo.

O poder da Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo não era só d'Ele, de Sua sabedoria, de Seu conhecimento; não era apenas resultado de Sua instituição. Era muito mais do que isso: Jesus estava cheio do Espírito Santo.

Quando Ele falava, era o Espírito Santo falando n' Ele. Quando trazia a Palavra do Pai, era o Espírito Santo quem falava pelos lábios de Cristo Jesus. Todos se admiravam e diziam que nunca tinham ouvido aquilo. O Senhor falava com autoridade, não a de quem impunha alguma coisa, mas com autoridade tranquila. A palavra d'Ele calava fundo nas pessoas e as transformava.

Jesus fez coisas maravilhosas: ressuscitou mortos, curou leprosos e outros inúmeros doentes: inclusive de males humanamente impossíveis de ser curados... Ele era um homem de poderes especiais? Não. O poder que operava em Jesus era o do Espírito Santo.

Quando Jesus se dirigia a um doente dizendo: “Sê curado!”, o que agia n'Ele era o poder do Divino Espírito Santo. O cego voltava a ver; o surdo, a ouvir; aquela mulher que tinha um fluxo de sangue durante anos foi curada imediatamente; os leprosos ficaram totalmente limpos. Mas por que tudo isso? Porque agia em Cristo o poder do Espírito Santo.

Quando Jesus disse a Lázaro: “Vem para fora!”; da mesma forma, quando disse para aquela menina: “Talitá, qum”; assim como quando disse ao filho da viúva de Naim que levantasse e voltasse à vida, o que agia n'Ele era o poder da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Quem curava, ressuscitava, transformava a água em vinho, multiplicava os pães, acalmava a tempestade, expulsava os demônios era o Espírito Santo. Jesus era o instrumento cheio de fé que se deixou usar pelo Espírito. Por meio d'Ele fluía o poder do Espírito.

Também no comum de Sua vida, Jesus Cristo era um instrumento do Espírito Santo. Ele amava, mas Seu amor humano era plenificado pelo Espírito Santo. Por isso as pessoas eram tocadas, consoladas, transformadas pelo olhar e pelo sorriso do Senhor.

Veja como Maria Madalena foi atraída por Ele: como se deixou tocar e como se transformou! As crianças sentiam atração por Ele. Até mesmo os pecadores, diante d' Ele, se rendiam. Isso porque se manifestava em Jesus não apenas Sua misericórdia, que não era apenas a misericórdia d'Ele, mas também a misericórdia do Espírito Santo, que se manifestava em Cristo e tocava as pessoas.

Jesus foi aquele que em tudo foi cheio do Espírito Santo. Sabe por que o Pai quis assim? Porque Jesus foi o modelo de homem novo que Deus Pai quis apresentar. A única maneira de ser verdadeiramente cristão, quer dizer, um outro Cristo, um continuador de Jesus, é ser cheio do Espírito Santo, como Ele o foi. Não apenas fazer coisas extraordinárias, mas até mesmo para fazer as coisas ordinárias, comuns de sua vida, você precisa ser cheio do Divino Espírito Santo.

Todos precisamos de amor. O amor é que vai nos transformar. Precisamos nos sentir amados, queridos, acolhidos. Você cristão é chamado a fazer isso. Mas só com seu amor humano isso não será possível. Você precisa do Paráclito para amar, para ser bondoso, delicado, paciente, para atrair as pessoas por meio do amor de Jesus que está em você.

As pessoas precisam de misericórdia, de perdão. Precisam se sentir acolhidas, aceitas com suas falhas, com seus defeitos, com seu pecado. Jesus continua sendo cheio de misericórdia. Você levará a todos essa misericórdia, esse amor, esse perdão de Jesus pelo poder do Espírito Santo, que está em você.

Todos precisamos estar cheios do Espírito Santo. Jesus o convida para ser instrumento do Espírito. Os pais precisam d'Ele [Espírito Santo] para educar os filhos. Da mesma forma, você precisa d'Ele para agir com as pessoas com quem vive, com quem trabalha. Assim como marido e mulher precisam estar cheios d'Ele para se tratarem como cristãos.

As coisas extraordinárias virão depois. Também o poder dos milagres vai acontecer. Mas até nas coisas normais do dia a dia você precisa ser uma pessoa cheia do Espírito Santo. É por isso que, diariamente, devemos dizer:

Vinde! Vinde, Espírito Santo! Preciso de Ti; preciso ser cheio do Espírito Santo como Jesus foi. Vinde, Vinde, Espírito Santo!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Advento: A Alegre espera por Cristo

O tempo do advento, que na liturgia da Igreja, indica o tempo de preparação para a recordação do nascimento de Jesus Cristo, é o momento propício para uma completa revisão de nossa vida, confrontando-a com a mensagem do Evangelho.

O Natal, assim, não pode ser, apenas, uma festa capitalista do consumo, pois, a singeleza do presépio fala muito mais de pobreza, doação, renuncia e compromisso com tudo o que a pessoa de Jesus Cristo significa.

Então, assim pensando, o Natal é tempo de reconciliação, consigo mesmo, frente aos valores evangélicos, acaso esquecidos e com os irmãos, tempo de perdão, paz, fraternidade, solidariedade.

Perdoar não é fácil, mas, contudo, é necessário, pois o perdão beneficia a quem perdoa. O perdoado, muitas vezes está dançando e cantando na vida e sequer lembra-se daquele que dele guarda rancor e mágoa.

Lembremo-nos que Jesus Cristo no suplício da cruz, a mais cruel e dolorosa das penas capitais, perdoou carinhosamente aqueles que nela o pregaram e amar aqueles que não nos são agradáveis, é um mandamento do Senhor: amai vossos inimigos, rezai por aqueles que vos perseguem.

Não se pense, todavia, que essa reconciliação deva existir, apenas na época do Natal, mas deve ser marco inicial de uma caminhada, pois importante é dar os primeiros passos e, para isso, a época é muito propícia.

No tempo de Natal, a figura de João Batista assume uma proeminência muito grande, porque ele é o profeta que, no tempo propício, veio preparar a vinda próxima do Salvador.

João Batista é uma pessoa austera que pregou a conversão do coração como meio mais adequado para a vinda próxima do Senhor.

O precursor, João Batista apresenta sua pregação com imagens simbólicas, com lastro no profeta Isaias: preparai os caminhos do Senhor, endireitai as veredas para ele. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas, as passagens tortuosas serão endireitadas e os caminhos esburacados, aplainados e todos verão a salvação que vem de Deus.

Essa simbologia traz uma verdade bem mais profunda: devemos preparar os caminhos de nosso coração para o Senhor que vêm na pessoa do menino Jesus, abandonando toda forma de egoísmo e tornando nosso coração manso e humilde. Produzi frutos que mostrem a vossa conversão, diz João Batista, e não começais a dizer a vós mesmos, continua ele: Nosso Pai é Abraão... Toda árvore que não der bom fruto será cortada.

João Batista prega a conversão do coração, através da mudança dos critérios usuais: aquele que tem duas túnicas dê uma ao que não tem; os cobradores de impostos, tidos na época como pecadores, pois estavam a serviço do poder romano, que cobrem, apenas, o que for justo; os soldados, que não exijam dinheiro a força dos cidadãos, nem façam acusações mentirosas.

Nós, cristãos, precisamos, urgentemente, restaurar o sentido evangélico do Natal, o qual não pode converter-se, tão somente, na festa capitalista das compras desenfreadas, pois, o menino Jesus nasceu pobre, sem um local apropriado para nascer e sua presença entre nós é motivo de alegria, mas, principalmente, de tomada de consciência para adotarmos novos critérios de vida.

Desejo que os meus leitores possam comungar com o Beato Charles de Foucauld no apelo que faz para que sermos “ Pobre com Jesus” e desta forma buscar no Natal uma nova fonte de critérios de vida: “Desde o seu nascimento, ele continua a nos instruir por seu exemplo e a nos pregar a pobreza, a extrema humildade, o sofrimento (...) como apareceu como o último operário (...) (eu devo) ser tão pequeno quanto meu Mestre, para estar com ele, para caminhar atrás dele, passo a passo, como doméstico fiel, discípulo fiel... irmão fiel.”“Tenhamos como Jesus essa pobreza que consiste em viver como os pobres, em não ter como habitação, alimento, vestimenta e bens materiais de todo tipo mais do que o necessário, como têm os pobres. Tenhamos uma pobreza que não seja convencional, mas a pobreza dos pobres.” (Confira 15 dias de Oração com Charles de Foucauld – Michel Lafon – Paulinas – Pag.35 e 37).

Bem, o que propomos não é fácil, mas ele, Jesus Cristo, disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração.” “Felizes os pobres, porque deles é o reino dos céus.”

Por isso nesse tempo forte do Advento procuremos o sacramento da penitência, com reta intenção de não mais pecar, procurando a reconciliação com Deus, com a comunidade eclesial e com os irmãos e irmãos. Assim estaremos prontos para Alegrarmos com a chegada do Salvador, que será Natal para cada um de nós!

Advento

Alegria, espera e preparação para o Natal e para a segunda vinda do SenhorA+A-Todos os anos, a liturgia nos proporciona quatro semanas de alegria, espera e preparação para o Natal e para a realidade certa da segunda vinda do Senhor. Ainda há tempo para nos reconciliar com Deus e com os irmãos, para que, quando Cristo voltar, nos encontre merecedores de Sua salvação.


Advento: tempo de conversão!

A palavra "advento" significa literalmente "vinda, chegada". O período do Advento abrange os quatro últimos domingos antes do Natal, que dão início ao ano litúrgico.

É um tempo de: alegria, espera e preparação pela celebração do Nascimento do Senhor, mas também pela sua vinda gloriosa!


O tempo da alegria antecipada

"O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. s" (Is 9.2-3).

"Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração" (Sl 32.11)


O tempo da espera

"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo". (Fl 3,20)

"Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tt 2,13)

"Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça" (2 Pe 3,13).


O tempo da preparação

"Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá" (Lc 12.37).

Casais que não conseguem ter filhos




O que a Igreja ensina nesses casosA+A-Muitos casais, infelizmente, não conseguem ter filhos por alguma causa de infertilidade do marido ou da esposa. Sabemos que é grande esse sofrimento:

“Que me darás?”, pergunta Abrão a Deus. “Continuo sem filho...” (cf. Gn 15,2). “Faze-me ter filhos também, ou eu morro”, disse Raquel a seu marido Jacó (cf. Gn 30,1).


Mas esses casais não devem desanimar; a Igreja recomenda que valorizem o seu matrimônio. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) lhes ensina:


“Os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristãmente. Seu Matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício” (CIC § 1654).


Esses casais podem e devem buscar os legítimos recursos da medicina para conseguir os filhos desejados. A Igreja ensina que:


“As pesquisas que visam a diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas 'a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus'” (Instrução Donum vitae, CDF, intr. 2).


A Igreja não aceita a inseminação artificial, nem homóloga nem heteróloga. E ela expõe as razões disso:


“As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem "o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro" (CIC § 2376).


“Praticadas entre o casal, estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos". "A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos... Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa" (§2377).


A Igreja aproveita esse assunto, para nos lembrar que ninguém tem o direito a um filho.


“O filho não é algo devido, mas um dom. O "dom mais excelente do matrimônio" e uma pessoa humana. O filho não pode ser considerado como objeto de propriedade, a que conduziria o reconhecimento de um pretenso "direito ao filho". Nesse campo, somente o filho possui verdadeiros direitos: o "de ser o fruto do ato específico do amor conjugal de seus pais, e também o direito de ser respeitado como pessoa desde o momento de sua concepção" (CIC § 2378).


Por fim, a Igreja recomenda aos casais inférteis unirem o seu sofrimento, corajosamente, à cruz de Cristo.


“O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (CIC § 2379).


Nossa fé nos ensina que só os egoístas desperdiçam a vida; portanto, mesmo que os casais inférteis não possam ter seus filhos naturais, poderão ter seus filhos “do coração”; que não deixam de ser menos filhos. Quantos filhos adotados dão mais alegria a seus pais que os filhos naturais! Jesus não teve um pai natural na terra; mas teve um grande pai adotivo: São José.



Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

1º Eucaristia na Comunidade de Santa Paula Frassinetti

















terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Férias com Deus e não sem Ele



Será que o Senhor aprovaria os locais que escolhemos para descansar?A+A-Mesmo não querendo desenvolver uma teologia de férias ou de descanso, nos propomos a olhar a Palavra de Deus com esse tema em mente. Ao fazer isso, deparamos com alguns fatos que deveriam nos conduzir a uma reflexão pessoal de como encaramos esse período de descanso e como esse tempo é vivido para a glória do Criador.


Nas primeiras páginas da Bíblia, vemos um fato que não pode passar despercebido para quem pensa nesse assunto. Vemos ali como Deus nos apresenta, pelo exemplo, o que deveria ser nossa atitude para com o trabalho e para com o descanso. “No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gn 2, 2.3).


O Altíssimo não nos dá um exemplo de alguém que busca “sombra e água fresca”, Ele trabalhara muito fazendo com que a criação toda chegasse à existência. Mesmo que não precisasse tanto como nós de descanso após um esforço intenso, o Senhor nos mostra que o descanso tem o seu lugar. E mais ainda: Ele abençoa esse dia e o santifica. Mesmo sendo muito dedicado e esforçado, mesmo que não seja preguiçoso, o Todo-poderoso também não está viciado em trabalho e proporciona a si mesmo um momento de descanso.


O primeiro ensinamento a respeito de descanso e de férias é dado pelo exemplo de Deus, logo após a criação. Mas logo em seguida, nas próximas páginas da Bíblia, encontramos uma palavra de Deus a esse respeito, em forma de ordenação. “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades” (Ex 20, 8-10).


Certamente, Deus não faz nada sem propósito. Se Ele ordena que descansemos no sétimo dia, então, além de usarmos este dia para a glória do Criador, o Senhor está consciente do fato de precisarmos regularmente do descanso. O Novo Testamento nos diz que o nosso corpo é o templo de Espírito Santo. Diante disso é difícil de imaginar que Deus Pai queira para si um templo que esteja cansado e exausto. Isso não seria um lugar agradável para morar.


Virando várias páginas da Sagrada Escritura, chegamos ao Novo Testamento. Ali deparamos com um fato bem interessante com relação ao descanso e, por que não dizer, com relação às férias. “Os apóstolos reuniram-se a Jesus e lhe relataram tudo o que tinham feito e ensinado. Havia muita gente indo e vindo, a ponto de eles não terem tempo para comer. Jesus lhes disse: “Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco” (Mc 6, 30.31). Os apóstolos acabam de retornar de um esforço missionário evangelístico. Além disso, recebem a notícia de que João Batista fora decapitado. O movimento em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo estava tão intenso que nem mesmo há condições para alimentação adequada. Naquele momento, Cristo entra em ação com esta proposta brilhante: Ele afirma que devem procurar um lugar deserto, isto é, um lugar em que não haja tantas pessoas, um lugar que proporcione tempo e oportunidade de estarem a sós com Ele. Apesar do sucesso do Seu ministério, o Senhor está consciente de que precisa prevenir o estresse, como resultado de atividades tão intensas.


Ainda outro assunto é discutido na Bíblia e bem destacado. Lemos em Êxodo 20 que todos da unidade doméstica estariam incluídos no descanso regular semanal. Interessante notar ali também que inclusive os animais não deveriam fazer tarefa alguma no dia do descanso. Isso fez com que eu me desse conta de que o Criador prevê o descanso para a natureza. Veja, por exemplo, o que lemos em Levítico 25,2-5 “Diga o seguinte aos israelitas: Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o SENHOR. Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao SENHOR. Não semeiem as suas lavouras, nem aparem as suas vinhas”. Assim como os homens e os animais precisam de descanso, a natureza também precisa dessa pausa e Deus já estabeleceu isso junto ao Seu povo.


Há mais um momento na vida de Jesus Cristo que merece a nossa atenção nesse contexto. Mesmo que anteriormente tenha estimulado o descanso ao levar os discípulos a uma viagem de recreação, o Senhor aponta agora que o repouso também pode ocorrer em hora errada. Ele diz aos Seus seguidores, ali no Getsémani, o seguinte: “Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores” (Mc 14, 41). Há momentos em que não comportam descanso e ócio; é preciso adotar uma atitude bem diferente. Na realidade, não se pode indicar os momentos não apropriados para o descanso, mas certamente teremos a devida orientação por parte de Deus a respeito dessa questão.


Ciente de não ter esgotado esse pano de fundo para as férias e descanso, nós nos propomos agora a fazer algumas indagações e reflexões. Deus quer que tenhamos tempo para restaurar as forças físicas, mentais e espirituais. Nossa inquietação, no entanto, é o que nós chamamos de descanso, o que nós praticamos como descanso e que nós, por isso, encaramos como as bem merecidas férias. Estaria o Senhor contente com o repouso que praticamos? Ele convidou os discípulos para uma viagem de férias para estarem com Ele e terem tempo para estar em sintonia com o Filho de Deus. Será que planejamos as nossas férias para alcançar esse propósito?


Podemos nos perguntar também: “Será que Deus aprovaria os locais que escolhemos para descansar?” Os lugares mais badalados e também procurados são as praias e os balneários das termas. Será que esses lugares nos proporcionam descanso e restauração física, mental e espiritual? Uma vez que ali há um aglomerado tão grande de pessoas, sempre há alguma coisa acontecendo e nos convidando para envolvimento. Por outro lado, corre solta a sensualidade em todas as formas, ela parece ser o fator principal nesses “locais de férias”. Se formos honestos e atenciosos não descobriremos que, em vez de descanso, alcançamos algo bem mais forte em emoções e adrenalina e, por que não dizer, em estímulos sexuais? Como se isso não bastasse ainda, muitos ali ficarão com a autoestima tão abalada ao verem que o corpo não está dentro dos padrões de beleza estabelecidos por aqueles que procuram e desenvolvem os padrões de beleza em nossos dias. Toda a mídia se esforça a desenvolver um modelo de repouso que prevê e precisa que as férias sejam regadas a muita bebida alcoólica.


É mais do que evidente que em nossos dias realmente precisamos de férias, precisamos de descanso e precisamos “recarregar as nossas baterias”. O nosso esgotamento ocorre nas três áreas que já indicamos anteriormente: física, mental e espiritual. Muitas vezes, somos exigidos de forma tão vigorosa fisicamente que o corpo fica arrasado. Isso tem consequências sobre a mente e certamente também sobre a parte espiritual.


Outras vezes, e isso depende da nossa atividade, a mente é exigida tanto que afeta o corpo também e, em consequência disso, o nosso espírito. Já outras atividades exigem tanto do “coração e do espírito”, que nos deixam arrasados nessa área. E se estamos exaustos, este cansaço também afeta o corpo e a mente. Mesmo que teoricamente funcionemos em áreas, nós formamos um todo e o todo sofre com dificuldades em uma ou outra área. Dentro desse raciocínio deve-se ter uma inquietação: nossas férias facilmente se tornam o momento ou o período em que nós também damos férias a Deus? As coisas parecem estar tão perfeitas e gostosas que não precisamos do Senhor. Ou então dormimos tanto pela manhã para já não haver mais tempo para um período devocional antes de irmos aos passeios. Por outro lado, esses passeios nos cansam tanto que à tarde temos de ter aquela soneca gostosa. À noite, muitas vezes, acontece alguma festa com amigos ou parentes que estão no mesmo lugar e a hora fica avançada demais para ainda termos tempo para Deus. Dentro dessa linha uma pergunta: Será que Deus aprovaria o fato de darmos, em nossas férias, férias também para Ele?


Pe. Anderson Marçal

Advento: João é a voz, Cristo, a Palavra.

João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio. Suprimi a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração.

Entretanto, mesmo quando se trata de alimentar nossos corações, vejamos a ordem das coisas. Se penso no que vou dizer, a palavra já está em meu coração. Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.

Procurando então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já está no meu, recorro à voz e por ela falo contigo. O som da voz te faz entender a palavra; e quando te fez entendê-la, esse som desaparece, mas a palavra que ele te transmitiu permanece em teu coração, sem haver deixado o meu.

Não te parece que esse som, depois de haver transmitido minha palavra, está dizendo: É necessário que ele cresça e eu diminua? (Jo 3,30). A voz ressoou, cumprindo sua função, e desapareceu, como se dissesse: Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3,29). Guardemos a palavra; não percamos a palavra concebida em nosso íntimo.

Queres ver como a voz passa e a palavra divina permanece? Que foi feito do batismo de João? Cumpriu sua missão e desapareceu; agora é o batismo de Cristo que está em vigor. Todos cremos em Cristo e esperamos dele a salvação: foi o que a voz anunciou.

Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra. Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor” (Jo 1,19. 23). É a voz do que grita no deserto, do que rompe o silêncio. Aplainai o caminho do Senhor, como se dissesse: “Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho”.

O que significa: Aplainai o caminho, senão: Orai como se deve orar? O que significa ainda: Aplainai o caminho senão: Tende pensamentos humildes? Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal. Se tivesse dito: “Eu sou o Cristo”, facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado como tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha à salvação; compreendeu que era uma lâmpada e temeu que o vento do orgulho pudesse apagá-la.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Fala Senhor







Márcio Mendes

I Tessalonicenses 5,12-22

Sem dúvida alguma nós queremos ouvir a voz do Senhor. Muitos rezam e têm um momento de intimidade com o Senhor, mas dizem que não conseguem escutar o Senhor ou que o Senhor não fala com eles. Você quer que Deus fale com você? Seja amigo da Palavra de Deus, carregue a Bíblia para todos os lugares, e quando você quiser uma resposta o Espírito vai te iluminar por meio da Palavra.

“Conservai a paz entre vós. Pedimo-vos, porém, irmãos, corrigi os desordeiros, encorajai os tímidos, amparai os fracos e tende paciência para com todos. Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes, procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos. Vivei sempre contentes. Orai sem cessar” (I Tessalonicenses 5,13-17).

Esteja alegre neste dia e esteja em oração porque o Senhor vai falar com você. Que a tristeza não acampe em seu coração. Uma pessoa tomada de tristeza não enxerga a vida direito. Quando o Senhor diz: “estais sempre alegres”. Ele diz: “cai toda a tristeza”; e nesta manhã o Senhor tira toda a tristeza do seu coração. “Alegremo-nos no Senhor”.

Nada poderá tirar a graça que Deus preparou para você neste dia. Ou você vai deixar que a tentação roube este grande presente de estarmos reunidos? A tentação não quer que você tenha essa paz, a quem você vai entregar a vitória? A Deus ou ao tentador?

Como você vai permanecer em paz se as pessoas que moram com você não estão em paz com você? Tente fazer a paz e abra seu coração, mesmo que a pessoa não queira a paz, você fez a sua parte. Somos de Cristo não podemos guardar lixo em nosso coração. No nosso coração só o que vem de Deus. “O que quereis que os outros vos façam, fazei antes aos outros”. Nós que somos do Senhor pagamos o mal com o bem. A única coisa que pode vencer a maldade é o amor de Deus. Onde o amor de Deus está presente o maligno não pode entrar.

Nós somos da verdade, somos um povo comprometido com a verdade. Armadilhas têm em todo lugar, mas não tem problema, a gente caiu, a gente levanta, a gente sacode o pó e começa de novo. Nós não desanimamos das coisas que Deus nos ensina. Sem disciplina não há santidade, uma pessoa que não se disciplina nunca conseguirá ordenar a sua vida. Você precisa colocar sua vida em ordem, tirar tudo aquilo que está te afastando das coisas de Deus. Retomar a nossa vida é obedecer a essa Palavra. Tem muitas pessoas boas com a vida desordenada.


"Você quer que Deus o escute? Você precisa ouvir a Deus primeiro", exorta Márcio Mendes


Na nossa casa tem muita gente precisando antes de tudo ser animada, ao invés de correção, antes de tudo anime. Precisamos esperar, se forçamos o tempo da pessoa podemos quebrá-la ao meio. Não esperar o tempo do outro é destruir quem você ama. O que fazer? Ame, anime, ampare, tenha paciência com aquele que Deus colocou em seu caminho. Que não passe vingança em seu coração, que você não espere o mal acontecer com aquela pessoa para você se regozijar. Como Deus se vinga? Destruindo o mal e não o pecador. Quem sou eu para querer destruir o meu irmão? Ficai com o que é bom. ós que queremos viver em comunhão com o Senhor temos que ficar somente com o que é bom.

Onde você vai colocar o lixo que estava no seu coração e que te oprimia? Coloque aos pés da cruz do Senhor, tire de dentro de você aquilo que está te estragando.

O Senhor nunca deixou de falar com você, Ele tem ouvido suas orações, não tem uma lágrima derramada que Deus não esteja vendo. Ele sabe o que você está vivendo, Ele conhece suas lutas, sabe de sua perseverança, Ele tem falado com você, mesmo que você não esteja ouvindo. Se você quer ouvir a Deus você precisa entrar na intimidade de Deus.

O que fez deste seu filho uma pessoa tão especial, não foi ele ter saído de sua barriga, mas o tempo que você gastou com ele. Quem ama a Deus gasta tempo com Ele. Mais que falar de Deus é preciso falar com Deus. Você quer que Deus o escute? Você precisa ouvir a Deus primeiro. O que Deus mais quer é atender você. Se você pediu a Deus e não foi atendido procure em Deus saber por que você não foi atendido. Diante de todas as coisas orai sem cessar.

Quem espera em Deus não se decepciona, a resposta virá. Você precisa apresentar as questões importantes da sua vida para Deus, a resposta virá. A minha confiança precisa estar n’Aquele que me responde, somos movidos pela fé, nossa energia vem do Senhor, nós avançamos porque a fé nos leva para frente e quem é por nós jamais nos trairá.

Somos movidos pelo Espírito Santo. Como o Espírito Santo nos fala? Ele nos fala na nossa consciência. O que é de Deus produz frutos bons, o que é mal produz frutos maus, aonde o Espírito Santo permanece Ele faz Jesus estar presente.

Carnaval 2010: "Tua Palavra, luz para o meu caminho!" (Sl 119, 105)

Lantejoulas, purpurina, alegria e muita festa. Esses são ingredientes indispensáveis para o Carnaval. Mas a Renovação Carismática Católica prepara uma fórmula diferente para o feriadão mais badalado do país acrescentando um elemento especial: Jesus Cristo. Em todo o país, a RCC já prepara seus encontros de Carnaval, onde o mais importante é evangelizar.

É importante que os eventos de Carnaval de 2010 sigam a moção profética para a RCC que coloca a Palavra de Deus no centro de todas as atividades do Movimento em 2010, abordando o tema específico: "Tua Palavra, luz para o meu caminho!" (Sl 119, 105). Assim, estaremos unidos pela Palavra de Deus durante estes dias de festa e, ao mesmo tempo, de reflexão, que já mudou a vida de muitas pessoas.

sábado, 12 de dezembro de 2009

O que rege o seu futuro?




A superstição é o desvio do sentimento religiosoA+A-Sempre que se aproxima o final do ano, e um novo se aproxima, renovam-se as esperanças e cada um procura começar com o ano novo um tempo novo. Isso é bom e é possível, mas é necessário que isso seja feito por um caminho reto. Não há felicidade e paz se trilharmos um caminho errado, onde não habita a verdade, a justiça e o amor; onde não está Deus.


Infelizmente, muitos buscam nas fantasias e nas superstições o socorro para os seus males, de maneira mágica e vazia. Depois se decepcionam, porque a fantasia se esvai como a fumaça que sobe ao vento.


O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ensina que:


“A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo: quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesma legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que exigem, é cair na superstição (cf. Mt 23, 16-22). A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela mostra-se particularmente na idolatria, assim como nas diferentes formas de adivinhação e de magia” (CIC §2111/2).


A superstição é acreditar em algo vazio, em algo que não tem substância, é fantasia. Assim, alguns pensam que passar sob uma escada dá azar; entrar e sair de uma casa pela mesma porta cria problemas, colocar uma ferradura atrás da porta dá sorte... Alguém disse que se isso fosse verdade, cavalo não puxaria carroça. Nada disso tem fundamento, não tem base, por isso é vazio e ofende a Deus, porque a pessoa deixa de confiar n'Ele para buscar, de maneira esotérica, oculta, mágica, aquilo que não é vontade d'Ele.


O homem tem sede de Deus! Especialmente quando as interrogações da vida ficam sem uma resposta satisfatória. Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, "Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis", como diz a oração do Credo ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscientemente não se dê conta disso. Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de previsões do futuro e de todos os tipos de ocultismos, tentando encontrar uma forma de satisfazer as suas necessidades. Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras.


Lamentavelmente, muitos cristãos católicos, por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.


A doutrina cristã sempre condenou todas essas práticas religiosas. Já no Antigo Testamento, Deus proibiu todos os cultos idolátricos, supersticiosos e ocultos. O livro do Deuteronômio relata a Lei de Deus dada ao povo:

“Que em teu meio não se encontre alguém que se dê à adivinhação, ao agouro, ao feiticismo, à magia [...] porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas" (Dt 18,10-12). E interessante que, logo em seguida, disse Deus ao povo: "Serás inteiramente do Senhor; teu Deus" (Dt 18,13).


Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus – pela oração – todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou lugar.


São Paulo disse: "Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças" (Fl 4,6). E advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14) e mais:


"As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocar a ira do Senhor?" (I Cor l0,20-22).


Muitos católicos, infelizmente, quando não conseguem por suas orações as graças e favores que pedem a Deus, especialmente nos momentos difíceis da vida, perigosamente vão atrás dessas práticas proibidas pela fé católica, arriscando-se, como alertou o apóstolo dos gentios, a prestar culto ao demônio sem o saberem, magoando ao Senhor.


Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança n'Ele, não vamos atrás de coisas proibidas. Toda busca de poder, de realização, de conhecimento do futuro, etc., fora de Deus, sem que Ele no-las tenha dado, é grave ofensa ao Senhor por revelar desconfiança n'Ele.


Portanto, vamos começar mais um ano com muita esperança em Deus, colocando em Jesus a nossa esperança; pois Ele veio a nós para nos dar a vida abundante. Ele é a Luz do mundo (cf. Jo 12,8); quem caminha sem Ele segue nas trevas. Declarou o Papa João Paulo II que “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério insondável, um enigma indecifrável”. (Redemptor hominis).


“O povo que andava nas trevas viu uma grande Luz, uma Luz raiou para os que habitavam uma terra sombria como a da morte [...]”. Essa Luz é Jesus, “um menino nos foi dado, Ele recebeu o poder sobre os seus ombros, e lhe foi dado esse nome: Conselheiro maravilhoso, Deus forte, Príncipe da paz” (Is 9, 1s).







Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

A feminilidade e a sensualidade




Ser cristã não significa vestir-se de modo desleixado.
Parece-me que os conceitos sobre “feminilidade” e “sensualidade” estão se misturando de tal forma em nossa sociedade, que as pessoas encontram dificuldades para diferenciá-las. Fui pesquisar em primeiro lugar como estão definidos no dicionário Aurélio e encontrei o seguinte:

Feminilidade = s.f. Qualidade, caráter, modo de ser, de viver, de pensar, próprio da mulher.

Sensualidade = s.f. Propriedade do que é sensual. / Inclinação pelos prazeres dos sentidos; amor das coisas ou qualidades sensíveis.

Sensual = adj. Relativo aos sentidos. / Que satisfaz os sentidos: prazeres sensuais.


A partir dessas definições, convido você para refletir comigo.


Gosto muito da definição dada pela Igreja sobre a sexualidade humana de acordo com o Conselho Pontifício para a Família: "Sexualidade humana: verdade e significado". Peço que leia com bastante atenção como a instituição criada por Cristo a vê: Há que salientar a importância e o sentido da diferença dos sexos como realidade profundamente inscrita no homem e na mulher: «a sexualidade caracteriza o homem e a mulher, não apenas no plano físico, mas também no psicológico e espiritual, marcando todas as suas expressões». Isto é, não se pode reduzir a sexualidade a um puro e insignificante dado biológico, mas, como nos diz a Igreja é «uma componente fundamental da personalidade, na sua maneira de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, exprimir e viver o amor humano».


É importante entender que a resposta sexual não se limita ao comportamento sexual, mas a toda forma de sentir, pensar e desejar. Sexualidade envolve o homem total. Faz parte da constituição essencial da pessoa humana e é algo determinante, porque é a partir da sexualidade que nos relacionamos com o mundo.


Homens e mulheres pensam de forma diferente, agem de forma diferente, sentem de forma diferente. E como diz diácono Nelsinho Corrêa: “Diferenças não são barreiras, são riquezas”. E isso é plena verdade. Homens e mulheres são diferentes porque são complementares, um não é melhor do que o outro. Homens e mulheres devem ser iguais no direito à oportunidade de desenvolver plenamente sua potencialidade, mas, definitivamente, não são idênticos na sua capacidade inata.


Ao mesmo tempo que a sexualidade é parte constitutiva da nossa essência, não se trata de algo pronto, mas que, como tudo em nós, precisa ser desenvolvido até o último dia de nossas vidas.


Quero falar especialmente para as mulheres e fazer-lhes um convite: não tenhamos medo de assumir a nossa essência, sendo cada dia mais femininas. Não gastem energia querendo e buscando ser melhores do que os homens, querendo e buscando provar o seu valor. Somos diferentes e cada um de nós tem valor e dignidade própria pelo simples fato de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus. Ser mulher é dom, é graça.


Uma coisa, no entanto, temos que entender: ser feminina e ser sensual são coisas distintas. Na sensualidade existe um contexto biológico. Especialmente no período fértil, nos sentimos mais bonitas, sentimos vontade de nos vestir e de nos arrumar melhor, e assim por diante. São reações hormonais que têm como objetivo a procriação, então, o corpo se prepara para conquistar o homem por estar pronto para gerar uma vida. Muitas vezes, agimos assim sem nos dar conta disso. Além disso, a nossa sociedade, que tanto banaliza a sexualidade humana, incentiva por todos os meios possíveis a sensualidade, e nisso há uma imensa indústria que visa apenas o lucro. Posso citar também o fato de que todo ser humano traz dentro de si um impulso natural para o prazer, e a sensualidade gera na mulher uma elevação na autoestima, a faz sentir-se mais bonita, mais “poderosa”.


Por isso apresentei no início a visão da Igreja, para que possamos refletir sobre esse aspecto. Sexualidade não é algo apenas biológico, é bem mais do que isso. Quando nos deixamos levar por uma sexualidade sem sentido, como algo apenas biológico, o resultado quase sempre é o vazio. E a pessoa, geralmente, se torna prisioneira da sensualidade por uma necessidade de afirmação pessoal e, assim, o vazio tende a só aumentar.


É próprio da mulher o querer andar bem vestida, bem arrumada. Ser cristã não significa vestir-se de forma desleixada, por exemplo. Mas é ter consciência de que a verdadeira beleza vem do nosso interior. É ter consciência do nosso valor e dignidade de filhas de Deus e não nos deixar levar unicamente pelos sentidos, por nosso instinto sexual. Somos bem mais do que isso. Ser feminina não significa andar com roupas extremamente curtas, justas ou coisas semelhantes. Quanto mais o nosso exterior for um extravasamento do nosso interior, tanto mais bonitas e femininas seremos.


Com isso não estou negando a sexualidade nem a colocando como algo negativo, proibido. A nossa sexualidade faz parte do nosso ser, mas não somos apenas sexo. Nossa sexualidade, quando é vivida com dignidade, nos faz sentir plenos, completos, realizados.


O se deixar guiar e conduzir pela sensualidade, reflete, na maioria das vezes, a necessidade de afirmação pessoal, por um desconhecimento da beleza interior e até mesmo exterior que se tem. Muitas vezes, nos deixamos impregnar por uma imagem ideal: a transmitida pela mídia, mas que é uma beleza estereotipada, vazia.


Concluo reforçando o convite para todas as mulheres: não tenham medo de assumir a sua essência, e assim, ser cada dia mais femininas. Valorizem o dom que é ser mulher. Deixem fluir a beleza interior que vocês têm.


Manuela Melo
psicologia@cancaonova.com

Adorar é um diálogo de amor

"A oração é um trato de amizade com Deus" nos ensina Santa Teresa. Adorar a Deus em espírito e em verdade é fazer a experiência de buscar o Senhor por amor, reconhecer que já não podemos caminhar sem esse amor. Ele nos seduziu, nos atraiu para si e agora é impossível viver sem o seu amor.

Quando compus a música juras de amor, meu coração estava inflamado de amor por Deus. Vivi a experiência do profeta Jeremias: o Senhor me seduziu! Minha alma e todo o meu ser não sabem fazer outra coisa senão amar a Deus. O coração dos adoradores não tem outra motivação para a oração senão o amor a Deus. É o amor a Deus que nos impulsiona, nos move.

Adorar é, portanto um diálogo de amor. A adoração é um Dom de Deus e não um esforço nosso. O primeiro passo sempre é de Deus. É ele quem toma a iniciativa de estar conosco, de se relacionar conosco para estabelecer uma relação íntima, de amizade. Por isso, a adoração não só é um desejo do nosso coração, mas, mais do que isto, é um desejo de Deus.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Quando pedimos a Maria que rogue por nós, imediatamente experimentamos o efeito da graça de Deus. O Pai escolheu a Virgem Maria para trazer ao mundo o nosso Salvador, portanto, nenhuma graça nos é negada quando pedimos a materna intercessão de Nossa Senhora. Com simplicidade de coração, quero convidá-lo(a) para rezar hoje durante todo o dia esta jaculatória, com toda a Igreja:

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Hoje é um dia de graça para todos nós, dia da Imaculada Conceição. Procure reconciliar-se com o Senhor por meio da confissão, deixando o seu coração livre de todo entulho, para que a graça de Deus o plenifique.

Virgem Maria, venha hoje em nosso auxílio e alcance para nós a virtude da pureza, porque queremos ver a Deus.

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Deus olhou a pequenez de Maria e a fez grande!
Na sua humildade, Maria se coloca sempre pequena. Por isso, Deus a fez grande. Realizou nela maravilhas. Ela é a pobre do Senhor! E porque assim se fez, o Senhor olhou para sua pequenez, para sua humildade e nela fez maravilhas. Daí, Maria pôde profetizar: "Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada" (Lc 1,48c). É isso o que diz no seu cântico.

A eficácia sobrenatural está intimamente ligada à humildade. Você pode e deve ser muito humilde e, por isso mesmo, muito eficaz.

Confunde-se muito eficácia com altivez: orgulho, autosuficiência... Isso é do mundo. É daquele que é o soberbo, o orgulhoso. Para ele é assim, mas para Deus, não! Não houve no mundo eficácia como a de Maria. Ela gerou no seu ventre e deu ao mundo o Salvador. Ela trouxe a salvação a toda humanidade.

A Virgem Maria tudo realizou na humildade. Não encontramos na Bíblia alguém mais pobre e humilde de coração. Justamente, porque foi a mais pobre, a mais humilde, a mais simples, é que Deus fez dela a maior maravilha: o ponto de ligação entre a terra e o céu.

É Maria quem nos dá o exemplo da verdadeira pobreza! A pobreza de coração e de alma.

Maria ilumina caminho da Igreja rumo a Cristo






ReutersBento XVI destacou obediência de Maria a Deus"A própria Igreja, embora exposta aos influxos negativos do mundo, encontra em Maria a estrela para se orientar e seguir a rota indicada por Cristo", ressaltou nesta terça-feira, 8, o Papa Bento XVI.

Durante a recitação do Ângelus, por ocasião da Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, o Papa também lembrou que Maria é a Mãe da Igreja, como proclamaram solenemente o Papa Paulo VI e o Concílio Vaticano II.

O Sumo Pontífice classificou essa solenidade como "uma das mais belas festas" de Nossa Senhora. Bento XVI colocou duas perguntas a esse propósito: "O que significa que Maria é 'Imaculada'? E o que este título diz para nós?"

"Uma resposta vem, antes de tudo, dos textos bíblicos da liturgia deste dia. Depois do pecado original, Deus dirige-se à serpente, que representa Satanás, amaldiçoa-a e acrescenta a promessa: 'Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua, esta te pisará a cabeça e tu a atingirás no calcanhar'.

O Papa continua: "É o anúncio de uma revanche: nos primórdios da criação, Satanás parece ter prevalecido, mas virá um filho de mulher, a qual lhe esmagará a cabeça. Assim, mediante a descendência da mulher, o próprio Deus vencerá. Esta mulher é a Virgem Maria, da qual nasceu Jesus Cristo que, com o seu sacrifício, derrotou de uma vez para sempre o antigo tentador".

É por isso que, em tantos quadros e imagens da Imaculada - observou ainda o Papa - , ela é representada no ato de esmagar uma serpente sob os seus pés.

Sempre obediente à vontade do Senhor, plenamente à disposição do projeto divino, Maria "é a nova Eva, a verdadeira mãe de todos os viventes, isto é, de todos os que, pela fé em Cristo, recebem a vida eterna".

O Papa também comentou o episódio da Anunciação. Referindo-se à Virgem Maria, ele disse:

"Ela aparece como a humilde e autêntica filha de Israel, verdadeiro (monte) Sião, em que Deus quer pôr a sua morada. É o rebento do qual deve nascer o Messias, o Rei justo e misericordioso.

Na simplicidade da casa de Nazaré vive o resto puro de Israel, do qual Deus quer fazer renascer o seu povo, como uma nova árvore que estenderá os seus ramos pelo mundo inteiro, oferecendo a todos os homens frutos bons de salvação".

Contrariamente a Adão e Eva – acrescentou o Sumo Pontífice – , "Maria permanece obediente à vontade do Senhor, e é com todo o ser que ela pronuncia o seu sim e se coloca plenamente à disposição do projeto divino".

Quando experimentarmos a nossa fragilidade e a sugestão do mal, Bento XVI convida a se dirigir a Maria, para que o nosso coração receba luz e conforto. "E no meio das provações da vida, nas tempestades que fazem vacilar a fé e a esperança, recordemo-nos que somos seus filhos e que as raízes da nossa existência se encontram na infinita graça de Deus".

O Papa concluiu recordando que, nesta tarde, junto da imagem da Praça de Espanha, confiará à Virgem imaculada todos e "cada um, as nossas famílias e comunidades, toda a Igreja e o mundo inteiro".

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tome posse da vida nova!



Enquanto estamos neste mundo, somos alvo da misericórdia de Deus. O Senhor não condena ninguém, nesta terra, a ficar prisioneiro perpétuo dos seus erros e da situação em que está. Todos somos maleáveis, ou seja, podemos mudar. A nossa história é, aos olhos do Pai, até a morte, uma história aberta, porque a qualquer instante a nossa vida pode ser purificada, completada, restaurada, dignificada e elevada até aos mais altos cumes da perfeição e do amor.

Portanto, enquanto vivemos, nenhuma mancha de erro é eterna, definindo-nos para sempre. A graça divina pode nos transformar de uma hora para outra, basta abrirmos o coração. Por isso não podemos excluir nem condenar ninguém.

Cultivemos o bom humor, a alegria e a disposição de amar e abençoar a todas as pessoas. Hoje não pode ser mais um dia na nossa vida. Façamos, a partir de agora, um firme propósito de abençoar e falar uma palavra de ânimo, de consolo e de bênção para o nosso próximo. Sobretudo, façamos o propósito de ser melhores a cada dia.

Peçamos a Jesus a graça de ser misericordiosos com nossos irmãos como Ele o é.

Jesus, eu confio em Vós!

Os Anjos querem nos orientar

Cada um de nós vive uma grande graça: existe um Anjo ao nosso lado; um espírito celeste maravilhoso, desde que fomos concebidos no ventre da nossa mãe. Nossa parte é assumirmos sua presença, o louvor, a vida em ação de graças, a intercessão e súplica que o Anjo faz ao Senhor, por nós e conosco.

Quando o povo de Deus se reúne em oração, adoração e louvor; quando a Palavra de Deus é proclamada, os Anjos vêm. Foram criados para adorar, louvar e bendizer a Deus. Também são mensageiros: levam a Palavra, a salvação e a cura que vem d'Ele.

Além desse mundo visível, há um mundo espiritual que nos rodeia, que não vemos e, às vezes, nem percebemos. E tudo é muito real: vivemos envolvidos por um mundo espiritual.

Hoje, os Anjos querem nos orientar. São nossos companheiros e guardas. Junto a nós, possuem a missão de nos trazer a vontade de Deus e nos encaminhar até ela; rogando por nós, falando-nos à nossa consciência. Por isso, quando oramos, eles se associam a nós.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Eis a nossa itercessora Maria,junto ao sagrado coração de JESUS




sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Seminaristas celebram ordenação diaconal




Treze seminaristas da Arquidiocese de Natal serão ordenados Diáconos, dia 12 de dezembro, às 17 horas, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, pela imposição das mãos e oração consecratória do Arcebispo, Dom Matais Patrício de Macêdo. São 10 diocesanos: Cidinei Firmino da Silva, Fábio Pinheiro Bezerra, Helenildo Marques de Morais, Ivanilson Alexandrino, Janilson Francisco de Macêdo, João Maria Dias da Silva, João Paulo Costa da Silva, José Pereira da Silva Neto, Leilson Leandro da Silva e Foto: José Bezerra

Seminarista que serão ordenados diáconos, no próximo dia 12
Severino da Silva Neto; e três Filhos de Sant’Ana: Cristiano Vieira da Costa, Eliano Firmino Silvestre e Fábio José Costa.

Na celebração, os seminaristas também lembrarão os 90 anos de fundação do Seminário de São Pedro. “Temos a satisfação de convidar-vos para a solene concelebração Eucarística com a qual renderemos a Deus o pleno louvor pelos 90 anos de fundação do querido Seminário de São Pedro”, enfatizam os seminaristas no convite. Oficialmente, a fundação do Seminário se deu em 15 de fevereiro de 1919. O fundador foi Dom Antônio dos Santos Cabral, segundo bispo da Diocese.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Problemas difíceis, soluções difíceis

Dia Internacional de Combate à Aids Você já resolveu um polinômio complicado que tenha como resultado uma solução fácil?


Tá, tá, isso aqui não é matemática on-line. Mas responda aí vai… com certeza já passou da 7ª série e perdeu muitos cabelos resolvendo teoremas e logaritmos.


Aprendemos na vida:


Problemas difíceis não têm soluções fáceis!


Como podem querer resolver um problema difícil como a Aids com solução fácil: uso de camisinhas “a torto e a direito”.


Muito simples distribuir milhares de preservativos aos jovens pensando estar resolvendo a situação.


Galera, o problema é mais em cima e não embaixo!


É mudança de mentalidade! É formação. É saber que não somos máquinas de satisfação pessoal de prazer. Uso descartável!


Somos gente.


O dramaturgo francês Paul Claudel afirmou certa vez que: “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”. “Ser homem não é dominar os outros, mas dominar-se a si mesmo”.


Propor a castidade é desafiante, pois exige inteligência, exige autoconhecimento. E quem quer pensar?


Eu. Eu quero!


O True Love Waits ("O Verdadeiro Amor Espera"), lançado em 1994 na cidade de Baltimore, capital do estado de Maryland, nos Estados Unidos, é bem bacana. Eles prometeram, por escrito, manter-se virgens até o dia do casamento. O pacto que assumiram diz o seguinte:


“Acreditando que o verdadeiro amor espera, eu me comprometo diante de Deus, de mim mesma, minha família, meu namorado, meu futuro companheiro e meus futuros filhos a viver a castidade até o dia em que entrar numa relação de casamento” (Jornal do Brasil, Ana Maria Mandin, 12/03/94).


Este exemplo não é único e mostra o renascer da castidade.


Quando o Papa João Paulo II esteve nas Filipinas, em janeiro de 1995, na “Jornada Mundial da Juventude”, houve uma concentração de 4 milhões de pessoas para participar da Missa que ele presidiu em Manila. Nessa ocasião um grupo de cinquenta mil jovens entregou a ele um abaixo-assinado se comprometendo a viver a castidade.


Hoje quero levantar esta bandeira: O verdadeiro amor espera e diante do problema difícil da Aids a solução não é fácil, mas é desafiadora: Castidade!


Aceita o desafio?

As duas vindas de Jesus Cristo!




Naquele tempo ele veio para cumprir um desígnio de amorA+A-A Canção Nova é uma comunidade criada por Deus para a formação de homens novos para um mundo novo. Ela existe com a missão de evangelizar e preparar o mundo para a segunda vinda de Jesus.


Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu-se de um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.


Aliás, tudo o que concerne a Nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, Ele nasceu de Deus, antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro. Na primeira vinda, Ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, Ele suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercada de uma multidão de anjos.


Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de Sua segunda vinda, quando formos com os anjos ao Seu encontro adorá-Lo: Bendito o que vem em nome do Senhor.


Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado, guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que O levaram ao suplício da cruz e lhes dirá: “Eis o que fizeste e calei-me” (Sl 49,21).


Naquele tempo o Senhor veio para cumprir um desígnio de amor, ensinando aos homens com persuasão e doçura; mas, no fim dos tempos, queiram ou não, todos se verão obrigados a submeter-se à realeza d'Ele.


O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: “Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar” (Mal 3,1). Eis uma vinda. E prossegue a respeito da outra: “E o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará apostos, como para fazer derreter e purificar” (Mal 3,1-3).


Paulo também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2,11-13).


Você vê como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e da segunda que esperamos?


Por isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido, convidando-nos a crer n'Aquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu Reino não terá fim. O Senhor Jesus Cristo virá, portanto, dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consumação do mundo, e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.

sábado, 28 de novembro de 2009

Sete Faces do Amor

Nosso sucesso está em amar os outrosA+A-Estas reflexões estão fundamentadas em G. Chapman, no livro “O Amor como Estilo de Vida”. Ser amado, deixar-se amar, crer no Amor de Deus constituem a alegria de viver. Só os amados mudam. O amor é uma força transformadora e propulsora. Nosso sucesso está em amar os outros. O amor não é só uma emoção, mas, decisão, atitude, ação. Portanto, decidimos amar, escolhemos amar, optamos por amar. É preciso esforço para sermos pessoas capazes de amar.


Eis as sete faces do amor:


1. A gentileza. É a alegria de ajudar os outros, ou ainda, é reconhecer e acolher com afeto as necessidades dos demais. A gentileza transforma encontros em relacionamentos. A pessoa gentil quer servir o próximo porque o valoriza e o respeita como pessoa. Gentileza é gesto de amor altruísta e por isso transforma as pessoas. As palavras gentis têm grande poder de cativar e até de curar porque expressam reconhecimento, respeito, atenção pelo outro, são palavras construtivas, cativantes, salvadoras. A gentileza faz bem para nós e para os outros, causa-nos alegria e dá importância aos outros.


Gentileza é cortesia, generosidade, respeito, amabilidade. Os gestos mais comuns da gentileza são: agradecer, ajudar, saudar, informar, sorrir, atender, elogiar, pedir desculpas.


2. A paciência. Consiste em compreender e aceitar as imperfeições dos outros. É permitir a alguém ser imperfeito. É entender o que se passa dentro do outro, acolher seus sentimentos e os motivos de suas atitudes. Paciência não é concordar, é compreender; não julgar e não condenar. Nossa paciência permite ao outro crescer, mudar, ter nova chance para melhorar.


Quem tem consciência das próprias imperfeições e cultiva um espírito positivo, tem condições de ser paciente. A humildade nos torna pessoas dotadas de paciência, porque saímos de nós mesmos, sofremos com a situação dos outros e os acolhemos.


3. O perdão. Perdoar não é fácil, mas é atitude sábia e saudável. Quem perdoa oferece ao ofensor a chance de ele melhorar. O perdão nos livra de doenças, insônias, vinganças, ódios, que são sentimentos destrutivos, e possibilita a convivência, a saúde e a felicidade. Perdoar é reencontrar a alegria, a paz interior e social. Perdoar é ter amor de mãe, amor sem medidas, amor de misericórdia que reata amizades e relacionamentos. Quem perdoa faz bem a si mesmo, compreende as limitações alheias e constrói a reconciliação e a paz social.


4. A cortesia. Significa tratar os outros como amigos porque toda pessoa é digna, original, única, valiosa. A cortesia no trânsito, no ônibus, nas filas, no relacionamento com os vizinhos, no dedicar tempo aos outros, no receber bem os que chegam, no saber agradecer, prestrar atenção, pedir desculpas, são inestimáveis gestos de amor. No cotidiano podemos praticar a cortesia por meio de uma conversa; pedir licença, ajudar idosos ou alguém em dificuldades, aceitar as incompreensões dos outros.


5. A humildade. É saber reconhecer os próprios valores e imperfeições e acolher os valores e fraquezas dos demais. Humildade é autenticidade, verdade e realismo. A palavra "humildade" vem de "húmus" (barro, terra), que é a raiz da palavra “homem”. Somos todos de barro. A humildade está nessa igualdade de dignidade, na irmandade que formamos a partir do barro, do pó e até da lama. Aceitar a ajuda dos outros, reconhecer os erros, afirmar os valores dos outros, alegrar-se com o sucesso de nossos próximos e de seu bem-estar, tudo isso é humildade.


6. A generosidade. Define-se pela doação aos outros, é o amor que se doa, que sabe servir, dedicar tempo aos demais, ter a coragem do desapego de si e das coisas para partilhar. A generosidade é gêmea da solidariedade, da dádiva, do dom. "Há mais alegria em se doar que em receber", ensina a Palavra de Deus. A pessoa generosa é capaz de renúncias e de sacrifícios pelo bem alheio.


7. A honestidade. É dizer a verdade com amor, não inventar desculpas para justificar os próprios erros, falar os próprios sentimentos e emoções, aceitar as limitações pessoais, como também os dons, as qualidades, os sucessos. A integridade da pessoa honesta está na veracidade das palavras, na transparência das atitudes, no compromisso com a verdade.



Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina - PR

Dom Bosco chega a São Paulo através de sua "herança"




SalesianosFiéis veneram a relíquia durante peregrinação da urna na região sul, onde fica até a próxima quarta-feira, 2. Faltam apenas quatro dias para a chegada da urna com as relíquias de Dom Bosco às cidades que formam a Inspetoria Salesiana de São Paulo. E neste evento especial, o coordenador da peregrinação na Inspetoria, padre Antonio Ramos do Prado, o padre “Toninho”, destaca que embora o santo desejasse vir ao Brasil, mas não conseguiu pela saúde debilitada, ele estará “em espírito e através da herança que deixou - as suas relíquias”.

“Dom Bosco sonhou com os salesianos no Brasil”, recorda ainda o sacerdote salesiano, ao ressaltar a missão da Congregação no país em seguir os passos do fundador. “A peregrinação é um momento muito especial e nos faz retornar a Dom Bosco e olhar com os seus olhos a atual realidade da juventude, em resposta também ao Documento de Aparecida, que nos convida a sermos discípulos e missionários para a juventude”, completa.

Padre Toninho comenta que os preparativos para a peregrinação em São Paulo estão intensos. A urna sairá de Porto Alegre (RS), na próxima terça-feira, 2, às 6h, com chegada prevista, na capital paulista, às 23h do mesmo dia. Entre as atividades na cidade de São Paulo, estão programadas Missas, visitação pública às relíquias, confissões, vigílias de oração e apresentações musicais, que vão acontecer no Colégio Santa Teresinha, Liceu Coração de Jesus e Instituto Dom Bosco, nos dias 3 e 4 dezembro.

O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, também é presença confirmada nas celebrações. No dia 4, ele vai celebrar a Santa Missa na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro do Bom Retiro. “O cardeal convocou toda a arquidiocese para a celebração, dando enfoque ao Ano Sacerdotal e colocando Dom Bosco como exemplo de sacerdote santo”, explica o coordenador da peregrinação.

A comunidade salesiana de São José dos Campos (RS) também viverá outro momento especial durante a peregrinação: a Missa de Ordenação diaconal de 12 seminaristas, no dia 5 de dezembro, às 16h, na Paróquia Sagrada Família.

“Estamos nesse momento muito importante para o Brasil e para a família salesiana. Agora estamos nos detalhes finais para receber as relíquias. Dom Bosco é nosso modelo

Ao falar de sua expectativa para a chegada da urna, padre Toninho diz que este é um momento “muito forte” para ele por receber as relíquias daquele que é o seu exemplo de vida: “Dom Bosco é modelo para nós da família salesiana e para aqueles que trabalham com a juventude. Por isso, me encantei com ele e quis ser padre salesiano”.

terça-feira, 17 de novembro de 2009



MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA A XXIV JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(5 DE ABRIL DE 2009)
"Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1 Tm 4, 10)


Queridos amigos!

Celebraremos no próximo Domingo de Ramos, a nível diocesano, a xxiv Jornada Mundial da Juventude. Enquanto nos preparamos para esta celebração anual, penso de novo com profunda gratidão ao Senhor no encontro que se realizou em Sidney, em Julho do ano passado: encontro inesquecível, durante o qual o Espírito Santo renovou a vida de numerosíssimos jovens que se reuniram de todo o mundo. A alegria da festa e o entusiasmo espiritual, experimentados durante aqueles dias, foram um sinal eloquente da presença do Espírito de Cristo. E agora estamos encaminhados para o encontro internacional em programa para Madrid em 2011, que terá como tema as palavras do Apóstolo Paulo: "Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé" (cf. Cl 2, 7). Em vista deste encontro mundial dos jovens, queremos realizar juntos um percurso formativo, reflectindo em 2009 sobre a afirmação de São Paulo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1 Tm 4, 10), e em 2010 sobre a pergunta do jovem rico a Jesus: "Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?" (Mc 10, 17).

A juventude tempo da esperança

Em Sidney, a nossa atenção concentrou-se sobre o que o Espírito Santo diz hoje aos crentes, e em particular a vós, queridos jovens. Durante a Santa Missa conclusiva, exortei-vos a deixar-vos plasmar por Ele para serdes mensageiros do amor divino, capazes de construir um futuro de esperança para toda a humanidade. A questão da esperança está, na realidade, no centro da nossa vida de seres humanos e da nossa missão de cristãos, sobretudo na época contemporânea. Todos sentimos a necessidade da esperança, não de uma esperança qualquer, mas sim de uma ersperança firme e de confiança, como eu quis ressaltar na Encíclica Spe salvi. Em particular, a juventude é tempo de esperanças, porque olha para o futuro com várias expectativas. Quando se é jovem alimentam-se ideais, sonhos e projectos; a juventude é o tempo no qual amadurecem opções decisivas para o resto da vida. E talvez também por isto é a estação da existência na qual emergem com vigor as perguntas fundamentais: por que estou na terra? Qual é o sentido do viver? Que será da minha vida? E ainda: como alcançar a felicidade? Por que o sofrimento, a doença e a morte? O que existe depois da morte? Perguntas que se tornam insuportáveis quando nos devemos confrontar com obstáculos que por vezes parecem insuperáveis: dificuldades nos estudos, falta de trabalho, incompreensões na família, crises nas relações de amizade ou na construção de um entendimento conjugal, doenças ou deficiências, carência de recursos adequados como consequência da actual difundida crise económica e social. Então perguntamos: de onde haurir e como manter viva no coração a chama da esperança?

Na raiz da "grande esperança"

A experiência demonstra que as qualidades pessoais e os bens materiais não são suficientes para garantir a esperança da qual o coração humano está em busca constante. Como escrevi na citada Encíclica Spe salvi, a política, a ciência, a técnica, a economia e qualquer outro recurso material sozinhos não são suficientes para oferecer a grande esperança que todos desejamos. Esta esperança "só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir" (n. 31). Eis por que uma das consequências principais do esquecimento de Deus é a evidente desorientação que marca as nossas sociedades, com consequências de solidão e violência, de insatisfação e perda de confiança que não raro terminam no desespero. É clara e forte a chamada que nos vem da Palavra de Deus: "Maldito o homem que confia noutro, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor. Assemelha-se ao cardo do deserto, que, mesmo que lhe venha algum bem, não o sente" (Jr 17, 5-6).

A crise de esperança atinge mais facilmente as novas gerações que, em contextos socioculturais privados de certezas, de valores e de sólidos pontos de referência, encontram-se a enfrentar dificuldades que são maiores do que as suas forças. Penso, queridos amigos, em tantos coetâneos vossos, feridos pela vida, condicionados por uma imaturidade pessoal que muitas vezes é consequência de um vazio familiar, de opções educativas permissivas e libertárias e de experiências negativas e traumáticas. Para alguns e infelizmente não são poucos a saída quase obrigatória é uma fuga alienante com comportamentos de risco e violentos, na dependência de drogas e álcool, e em muitas outras formas de mal-estar juvenil. Contudo, também em quem se vem a encontrar em condições difíceis por ter seguido conselhos de "maus mestres", não se apaga o desejo de amor verdadeiro e de autêntica felicidade. Mas como anunciar a esperança a estes jovens? Nós sabemos que só em Deus o ser humano encontra a sua verdadeira realização. O compromisso primário que interpela todos é portanto o de uma nova evangelização, que ajude as novas gerações a redescobrir o rosto autêntico de Deus, que é Amor. A vós, queridos jovens, que estais em busca de uma esperança firme, dirijo as mesmas palavras que São Paulo dirigia aos cristãos perseguidos na Roma de então: "Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança pela virtude do Espírito Santo" (Rm 15, 13). Durante este ano jubilar dedicado ao Apóstolo das Nações, por ocasião do bimilénio do seu nascimento, aprendamos dele a tornar-nos testemunhas credíveis da esperança cristã.

São Paulo testemunha da esperança

Encontrando-se imerso em dificuldades e provações de vários tipos, Paulo escrevia ao seu fiel discípulo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1Tm 4, 10). Como tinha nascido nele esta esperança? Para responder a esta pergunta devemos partir do seu encontro com Jesus ressuscitado no caminho de Damasco. Nessa época Saulo era um jovem como vós, com cerca de vinte ou vinte e cinco anos, seguidor da Lei de Moisés e decidido a combater com todos os meios quantos ele considerava inimigos de Deus (cf. Act 9, 1). Quando estava a caminho de Damasco para prender os seguidores de Cristo, foi envolvido por uma luz misteriosa e ouviu chamar pelo nome: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Caindo por terra, perguntou: "Quem és Tu, Senhor?". E aquela voz respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!" (cf. Act 9, 3-5). Depois daquele encontro, a vida de Paulo mudou radicalmente: recebeu o Baptismo e tornou-se apóstolo do Evangelho. No caminho de Damasco, ele foi interiormente transformado pelo Amor divino que encontrou na pessoa de Jesus Cristo. Um dia escreverá: "A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2, 20). De perseguidor, tornou-se portanto testemunha e missionário: fundou comunidades cristãs na Ásia Menor e na Grécia, percorrendo milhares de quilómetros e enfrentando toda a espécie de peripécias, até ao martírio em Roma. Tudo por amor a Cristo.

A grande esperança está em Cristo

Para Paulo a esperança não é só um ideal ou um sentimento, mas uma pessoa viva: Jesus Cristo, Filho de Deus. Persuadido intimamente desta certeza, poderá escrever a Timóteo: "Pusemos a nossa esperança em Deus vivo" (1Tm 4, 10). O "Deus vivo" é Cristo ressuscitado e presente no mundo. É Ele a verdadeira esperança: Cristo que vive connosco e em nós e que nos chama a participar na sua própria vida eterna. Se não estamos sozinhos, se Ele está connosco, aliás, se é Ele o nosso presente e o nosso futuro, por que temer? A esperança do cristão é portanto desejar "o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo" (Catecismo da Igreja Católica, 1817).

O caminho rumo à grande esperança

Assim como um dia encontrou o jovem Paulo, Jesus deseja encontrar também cada um de vós, queridos jovens. Sim, antes de ser um nosso desejo, este encontro é um desejo profundo de Cristo. Mas alguns de vós poderiam perguntar: como posso eu, hoje, encontrá-l'O? Ou também, de que modo Ele se aproxima de mim? A Igreja ensina que o desejo de encontrar o Senhor já é fruto da sua graça? Quando na oração expressamos a nossa fé, também na obscuridade já O encontramos porque Ele se oferece a nós. A oração perseverante abre o coração para O acolher, como explica Santo Agostinho: "O Senhor nosso Deus quer que nas orações se exercite o nosso desejo, de modo que nos tornemos capazes de receber o que Ele pretende dar-nos" (Cartas 130, 8, 17). A oração é dom do Espírito, que nos torna homens e mulheres de esperança, e rezar mantém o mundo aberto a Deus (cf. Enc. Spe salvi, 34).

Dai espaço à oração na vossa vida! Rezar sozinho é bom, mas ainda melhor e mais proveitoso é rezar juntos, porque o Senhor garantiu que está presente onde estiverem dois ou três reunidos no seu nome (cf. Mt 18, 20). Existem muitas formas de se familiarizar com Ele; existem experiências, grupos e movimentos, encontros e itinerários para aprender assim a rezar e a crescer na experiência da fé. Participai na liturgia nas vossas paróquias e alimentai-vos abundantemente da Palavra de Deus e da participação activa nos Sacramentos. Como sabeis, ápice e centro da existência e da missão de cada crente e comunidade cristã é a Eucaristia, sacramento de salvação na qual Cristo se faz presente e doa como alimento espiritual o seu próprio Corpo e Sangue para a vida eterna. Mistério deveras inefável! Em volta da Eucaristia nasce e cresce a Igreja, a grande família dos cristãos, na qual se entra com o Baptismo e nos renovamos constantemente graças ao sacramento da Reconciliação. Depois, os baptizados, mediante a Crisma, são confirmados pelo Espírito Santo para viver como autênticos amigos e testemunhas de Cristo, enquanto os Sacramentos da Ordem e do Matrimónio os tornam preparados para realizar as suas tarefas apostólicas na Igreja e no mundo. A Unção dos enfermos, por fim, faz-nos experimentar o conforto divino na doença e no sofrimento.

Agir em sintonia com a esperança cristã

Queridos jovens, se vos alimentardes de Cristo e viverdes imersos n'Ele como o apóstolo Paulo, não podereis deixar de falar d'Ele, de O fazer conhecer e amar por tantos vossos amigos e coetâneos. Tendo-vos tornado seus fiéis discípulos, sereis assim capazes de contribuir para formar comunidades cristãs impregnadas de amor como aquelas das quais fala o livro dos Actos dos Apóstolos. A Igreja conta convosco para esta empenhativa missão: não vos desencoragem as dificuldades e as provas que encontrardes. Sede pacientes e perseverantes, vencendo a natural tendência dos jovens para a pressa, para querer tudo e já.

Queridos amigos, como Paulo, testemunhai o Ressuscitado! Fazei-O conhecer a quantos, vossos coetâneos ou adultos, estão em busca da "grande esperança" que dê sentido à sua existência. Se Jesus se tornou a vossa esperança, dizei-o também aos outros com a vossa alegria e com o vosso compromisso espiritual, apostólico e social. Habitados por Cristo, depois de ter posto n'Ele a vossa fé e de lhe ter dado toda a vossa confiança, difundi esta esperança ao vosso redor. Fazei escolhas que manifestem a vossa fé; mostrai que compreendestes as insídias da idolatria do dinheiro, dos bens materiais, da carreira e do sucesso, e não vos deixeis atrair por estas quimeras falsas. Não cedais à lógica do interesse egoísta, mas cultivai o amor ao próximo e esforçai-vos por colocar a vós mesmos e as vossas capacidades humanas e profissionais ao serviço do bem comum e da verdade, sempre prontos a responder "a quem vos perguntar a razão da vossa esperança!" (1 Pd 3, 15). O cristão autêntico nunca está triste, mesmo quando tem que enfrentar provas de vários tipos, porque a presença de Jesus é o segredo da sua alegria e da sua paz.

Maria Mãe da Esperança

Modelo deste itinerário de vida apostólica seja para vós São Paulo, que alimentou a sua vida de fé e esperança constantes seguindo o exemplo de Abraão, do qual escreve na Carta aos Romanos: "Ele mesmo, contra o que podia esperar, acreditou que havia de ser pai de muitas nações" (Rm 4, 18). Por estas mesmas pegadas do povo da esperança formado pelos profetas e pelos santos de todos os tempos nós prosseguimos rumo à realização do Reino, e no nosso caminho acompanhe-nos a Virgem Maria, Mãe da Esperança. Aquela que encarnou a esperança de Israel, que doou ao mundo o Salvador e permaneceu, firme na esperança, aos pés da Cruz, é para nós modelo e amparo. Sobretudo, Maria intercede por nós e guia-nos na escuridão das nossas dificuldades para o alvorecer radioso do encontro com o Ressuscitado. Gostaria de concluir esta mensagem, queridos jovens amigos, fazendo minha uma bela e conhecida exortação de São Bernardo inspirada no título de Maria Stella maris, Estrela do mar: "Tu que na instabilidade contínua da vida presente, te vês mais a flutuar entre as tempestades do que a caminhar na terra, mantém fixo o olhar no esplendor desta estrela, se não quiseres ser aniquilado pelos furacões. Se insurgem os ventos das tentações e te encalhas entre as rochas das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria... Nos perigos, nas angústias, nas perplexidades, pensa em Maria, invoca Maria... Seguindo os seus exemplos não te perderás; invocando-a não perderás a esperança; pensando nela não cairás no erro. Amparado nela não escorregarás; sob a sua protecção nada recearás; com a sua guia não te cansarás; com a sua protecção alcançarás a meta" (Homilias em louvor da Virgem Mãe, 2, 17).

Maria, Estrela do mar, sê tu a guiar os jovens do mundo inteiro ao encontro com o teu Filho divino Jesus, e sê ainda tu a celeste guarda da sua fidelidade ao Evangelho e da sua esperança.

Ao garantir a minha recordação quotidiana na oração por todos vós, queridos jovens, abençoo de coração a vós e às pessoas que vos são queridas.

Vaticano, 22 de Fevereiro de 2009.


BENEDICTUS PP. XVI